O fantástico teorema da Oxidação
Incrível a capacidade das coisas enferrujarem.
Sei que existe um processo químico por detrás disso, com o oxigênio reagindo com os metais, liberando radicais livres (talvez a única palavra científica surpreendentemente revolucionária) e tudo o mais. Porém, não quero me referir somente a essa ferrugem natural.
Uma vez que nada sei sobre a isso - e de certa maneira sou um tanto agradecido po isso pois se soubesse eu seria alguém ainda mais chato e prolixo que já sou -, gostaria de levar a discussão para o lado poético (sim, sempre ele).
Quero falar sobre a ferrugem onírica. Então, repetirei a mesma frase que abre esse post.
Incrível a capacidade das coisas enferrujarem.
O tempo enferruja nossos amigos, nossos amores, nossas paixões e nossos ódios. Qualquer sentimento exposto ao infalível ar do tempo acaba por sofrer com a sua ação. Na maioria das vezes esse efeito é negativo; lembrem de quantos amigos já perderam não por causa de rompimentos abruptos, mas porque foram perdendo aos poucos, dia a dia, os laços da conveniência que atavam essas amizades (uma fala clichê para iluminar sua tela binária com a comodidade da trivialidade. Não precisa me agradecer). Pensem em quantos amores foram ficando gastos com o passar das horas, dias, meses e anos, até atingirem tal ponto onde não mais poderiam ser salvos. Tentem contabilizar a quantidade de sonhos idealizados - perfeitas reproduções do Perfeito - que se perderam gradualmente em suas mentes ocupadas demais com O Futuro.
E onde ou em quem podermos colocar a culpa por isso? (porquê tudo o que acontece de maléfico conosco deve sempre ter um culpado, não importa qual).
No tempo, nos amigos, nos amores, nos sonhos?
Não. Não faremos nada a respeito, pois isso é algo que está fora de nossa capacidade de ação. Continuamos como sempre fomos. E é aqui que o post chega a um ponto em que se questiona a si mesmo, limita-se a somente apontar o problema, tropeça e por fim se perde em si mesmo.
Tudo continua e continuará o mesmo. Inclusive a ferrugem.
Ps: Não sei explicar por quê, mas a idéia da ferrugem, por ser recorrente em meu discurso, já está um tanto enferrujada.
Sei que existe um processo químico por detrás disso, com o oxigênio reagindo com os metais, liberando radicais livres (talvez a única palavra científica surpreendentemente revolucionária) e tudo o mais. Porém, não quero me referir somente a essa ferrugem natural.
Uma vez que nada sei sobre a isso - e de certa maneira sou um tanto agradecido po isso pois se soubesse eu seria alguém ainda mais chato e prolixo que já sou -, gostaria de levar a discussão para o lado poético (sim, sempre ele).
Quero falar sobre a ferrugem onírica. Então, repetirei a mesma frase que abre esse post.
Incrível a capacidade das coisas enferrujarem.
O tempo enferruja nossos amigos, nossos amores, nossas paixões e nossos ódios. Qualquer sentimento exposto ao infalível ar do tempo acaba por sofrer com a sua ação. Na maioria das vezes esse efeito é negativo; lembrem de quantos amigos já perderam não por causa de rompimentos abruptos, mas porque foram perdendo aos poucos, dia a dia, os laços da conveniência que atavam essas amizades (uma fala clichê para iluminar sua tela binária com a comodidade da trivialidade. Não precisa me agradecer). Pensem em quantos amores foram ficando gastos com o passar das horas, dias, meses e anos, até atingirem tal ponto onde não mais poderiam ser salvos. Tentem contabilizar a quantidade de sonhos idealizados - perfeitas reproduções do Perfeito - que se perderam gradualmente em suas mentes ocupadas demais com O Futuro.
E onde ou em quem podermos colocar a culpa por isso? (porquê tudo o que acontece de maléfico conosco deve sempre ter um culpado, não importa qual).
No tempo, nos amigos, nos amores, nos sonhos?
Não. Não faremos nada a respeito, pois isso é algo que está fora de nossa capacidade de ação. Continuamos como sempre fomos. E é aqui que o post chega a um ponto em que se questiona a si mesmo, limita-se a somente apontar o problema, tropeça e por fim se perde em si mesmo.
Tudo continua e continuará o mesmo. Inclusive a ferrugem.
Ps: Não sei explicar por quê, mas a idéia da ferrugem, por ser recorrente em meu discurso, já está um tanto enferrujada.
3 Comments:
Ótimo texto, Carlos! E recorro a Guimarães Rosa (olha só!) que dizia que o sapo não pula por boniteza, mas por precisão. Seu texto foi pura precisão! Os momentos clichês de boniteza você ironizou muito bem.
Muito bom... melhor ainda ver este blog atualizado... Lucas
olha carlos, achei a solução:
o negócio é fabricar amigos, amores, familiares de alumínio! isso, tudo de alumínio!
ou não? falei besteira?
hahaha, abraço querido!
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