Ele por ele mesmo
Um dia, Roberto descobriu ser um homem ridículo. Não que nunca tivesse notado isso, mas pelo menos disfarçava, fingia não ser com ele. Porém, finalmente, depois de refletir, Roberto descobriu-se homem ridículo.
Em verdade, não pensou muito. No fundo, era ridículo por definição própria.
Decidiu virar escritor de madrugada; mais um daqueles diabos que passam noites e noites batucando as letrinhas de uma máquina de escrever velha, achando-se muito diferente e superior do resto do povo que dorme àquela hora.
Obviamente, esquecia (ou talvez mentia pra si mesmo tentando não lembrar) que os dormentes eram muito mais dignos e superiores que ele. Pois o resto do mundo dormia, e se dormia, sonhava. E sonhar é justamente o que lhe era proibido, era a quimera da sua mediocridade. Ele pensava, refletia, escrevia, editava e corrigia. Os outros dormiam, sonhavam, sorriam e quiçá se alegravam em seus sonos.
Roberto descobriu-se, um dia, um homem ridículo, desses que andam de cabeça baixa sem motivo, falam palavras sem nexo e andam de jeito esquisito. Talvez tenha sido sempre assim, talvez esse seja seu eterno rosto transitivo.
Todas as noites, antes de sentar-se para escrever em sua velha máquina de escrever, pergunta-se se sua vida deixará um dia de ser assim. Mas ele simplesmente não sabe responder. É demasiado ridículo para pensar demais sobre esse assunto.
Em verdade, não pensou muito. No fundo, era ridículo por definição própria.
Decidiu virar escritor de madrugada; mais um daqueles diabos que passam noites e noites batucando as letrinhas de uma máquina de escrever velha, achando-se muito diferente e superior do resto do povo que dorme àquela hora.
Obviamente, esquecia (ou talvez mentia pra si mesmo tentando não lembrar) que os dormentes eram muito mais dignos e superiores que ele. Pois o resto do mundo dormia, e se dormia, sonhava. E sonhar é justamente o que lhe era proibido, era a quimera da sua mediocridade. Ele pensava, refletia, escrevia, editava e corrigia. Os outros dormiam, sonhavam, sorriam e quiçá se alegravam em seus sonos.
Roberto descobriu-se, um dia, um homem ridículo, desses que andam de cabeça baixa sem motivo, falam palavras sem nexo e andam de jeito esquisito. Talvez tenha sido sempre assim, talvez esse seja seu eterno rosto transitivo.
Todas as noites, antes de sentar-se para escrever em sua velha máquina de escrever, pergunta-se se sua vida deixará um dia de ser assim. Mas ele simplesmente não sabe responder. É demasiado ridículo para pensar demais sobre esse assunto.
8 Comments:
meu, dexa de ser ridículo né charles roberto?!
q isso... vai ver brother q tu ganhas mais.
ou entaum fica em silencio, mas vai continuar R-Í-D-I-C-U-L-O.
abraços.
Triste que Roberto seja assim, um reflexo de alguns de nossos dias.
o luxo de sonhar realmente é algo que me desperta desejo! mas ainda sim prefiro as noites ridículas de trabalho!
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Voce jah leu Haruki Murakami?
Porra, nem pra avisar que voltou a escrever aqui...
Bom texto.
(vc apagou meu outro comentário aqui Sr. Carlos?!...)
Este poderia ser um dos textos ou perfis de personagens do Tecos, se quiséssemos abordar sobre os temas personalidades, apatismo ou comunicação.
o ridículo é relativo. resta então, regurgitar resquícios rudimentares.
droga, odeio quando faço comentários ridículos.
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