Em off

Um espaço que agora se ocupa em dar destino à vida de um personagem.

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Local: Curitiba, Paraná, Brazil

sexta-feira, maio 27, 2005

Horas Neutras ou olhe homem chegastes ao limiar das divagações

A criatividade decidiu fazer-me uma visita repentina às 3 horas da manhã. Chegou gritando pela casa, em seu acesso trivial de estrelismo e deferência, tresloucadamente declarando ser aquela sua última visita. Corri a pegar uma cadeira para a recém chegada, na esperança de que ela quedasse mais um tanto em minha companhia.

Pura ilusão. Assim como chegou, a velha conhecida irreconhecível levantou e disse que não voltaria enquanto não fosse previamente anunciada. Bateu a porta por trás de si quando saiu.

Fiquei cá eu, com minhas velhas histórias de personificações e a minha dialética empoeirada. Bem, dou de ombros; ao menos sei eu que ela vai voltar. E vai fazer questão de não ser anunciada.

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O assunto nasce, cresce, reproduz-se e morre. Um legítimo ser ambíguo.

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É o que dizem das estações. O que importa não são os destinos mas sim a coragem de embarcar.

Um poeminha encarquilhado para esfriar o gelo:


Loucura do dia

Não tenho ritmo
Porém faço versos
E os versos me contam
Como eu sou
Nada certo
Só um resto
Do que sobrou.

Tento viver assim;
Procurando a razão
Nos pingos dos ‘is’
E nos ‘ou’
Mas
são os ‘mas’
Que me levam a pensar
Se você
de fato
me amou.

O amor partiu e
Levou com ele
Tudo o que viu
Colocou nas malas
a lembrança
a saudade
até o meu
vazio.

Mas te peço todavia:
Não tenha pena
desse aqui
Ache-o fatalista
Mas não tenha dó,
Ele apenas é um louco
Um maluco
Sentado ao sol
Nem feliz
Nem triste
Apenas
Só.


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"Eu jamais entraria em um clube onde aceitassem-me como sócio"
Goucho Marx