Em off

Um espaço que agora se ocupa em dar destino à vida de um personagem.

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Local: Curitiba, Paraná, Brazil

domingo, janeiro 08, 2006

Caixinha de música de Taiwan

Você tem um sonho? Acha-o ousado e difícil de ser realizado? Não se preocupe: outro já teve um assim também.

Não, não quero fazer um post de auto ajuda, ainda que o parágrafo acima pudesse muito bem ingressar nalguma página de um desses livros de auto-ajuda vendidos em drogarias. (uso único, sem efeitos colaterais, sua vida de volta nos eixos por apenas R$ 9, 99) .

O seu sonho, seja ele qual for, não é um produto original. É um reflexo de várias aspirações de vida dos outros, das experiências, da glória refletida nos olhos daqueles que cantam seus feitos aos quatro ventos. O seu sonho é um amontoado de elementos usurpados de vidas; existências alheias que na sua opinião deram certo. Tudo o que você faz é seguir essa miscelânea de caminhos já trilhados, perdendo-se na quantidade de opções e tendo a falsa impressão que anda em estradas nunca antes desbravadas.

Você ri da minha cara e diz que falo besteira. Pois cada sonho é um sonho e seus sonhos são diferentes só pelo fato de eles serem seus.

Poupo seu raciocínio meu caro, pois não gosto de coisas óbvias, assim como tu. Digo que esse post não é de auto-ajuda, mas também não é original. Ele tem um sonho, assim como eu e você (não discutamos o grau de fantasia das coisas também; dei-te uma concessão acima, devolva-ma agora por favor).

Essa lição assentada aqui no canto de borda do fim do mundo que é esse lugar onde está agora com seu teclado binário, essa lição está presa no limbo do senso comum; apenas é pretenciosa, quer vender pra ti um conselho quase tão baixo quanto o livro de auto ajuda no caixa da drogaria.

Te digo uma coisa, meu caro. Cada vez mais acho difícil encontrar algo completamente original; tudo no mundo ressoa pra mim como um eco que reverbera sem fim, indo e voltando ao som duma tresloucada valsa de caixinha de música barata.

Mas falar assim, ainda não é solução. Como eu disse, esse post não foge do senso-comum. E nem vai. Permanecerá aí onde você o vê agora, preso nas entranhas desse monótono universo de janelas, trojans e pop-ups. Quiçá algum dia suma e então será como se nada tivesse existido.

Enfim, é um post sem fim. Lembra um sonho qualquer daqueles sem defecho que temos na madrugada perdida. Ele não termina; mas de tão desisteressante que é, pouco importa saber como acabaria.